Entenda como as leis da Gestalt podem ajudar no dia a dia do UI Designer.
A Gestalt é uma abordagem psicológica e filosófica baseada na compreensão da percepção de como as pessoas entendem o mundo e ao que é pertencente a ele. Enfatiza como o cérebro funciona e como isso afeta a nossa forma de enxergar as coisas e de como são interpretadas. Neste artigo iremos abordar a teoria da Gestalt e suas leis, e mostraremos como aplicá-las durante a criação de telas da interface.
A palavra Gestalt tem origem alemã e significa “forma”. Por isso, é também conhecida como a teoria da forma. No início do século XX, alguns psicólogos alemães, incluindo Max Wertheimer, Kurt Koffka e Wolfgang Köhler, desenvolveram o princípio que diz que as pessoas não têm percepções visuais como uma coleção de partes aleatórias, mas sim como uma organização em padrões significativos.
A maneira como elementos individuais se conectam e se agrupam desempenha um papel fundamental no modo como percebemos o mundo visualmente. Por exemplo na imagem acima, o nosso cérebro recebe as informações visuais de elementos individuais e conseguimos enxergar os padrões significativos que nela se formam. Isso explica como nosso cérebro organiza informações visuais para criar formas significativas.
O design e a psicologia estudam e analisam o comportamento e os sentimentos das pessoas gerados a partir da interação em determinado contexto, e por isso, se relacionam enquanto disciplinas. Os princípios da Gestalt aplicados ao Design nos ajudam a criar percepções visuais mais eficazes para a comunicação com o usuário.
Mas e qual a importância de Gestalt para UX/UI Design?
Como a teoria diz respeito à forma como vemos o mundo visualmente, não é nada surpreendente que ela interfira no modo como vemos as interfaces no nosso dia a dia.
Designers que têm conhecimento dos princípios da Gestalt são mais eficazes em criar interfaces persuasivas atraentes e intuitivas. A utilização desses princípios pode causar mudanças comportamentais no usuário, como a melhora da percepção visual, sua funcionalidade e facilidade de uso de uma interface.
Quais são as leis de Gestalt e como aplicá-las no design de interfaces?
Para sabermos como aplicar a teoria na prática, nada melhor do que passarmos por cada lei e vermos exemplos reais que estão presentes no nosso dia-a-dia. Dá uma olhada!
Os princípios de Gestalt:
Similaridade: Esse princípio afirma que elementos visuais que são semelhantes entre si, são percebidos como pertencentes a um mesmo grupo.
Proximidade: Elementos que estão mais próximos tendem a ser interpretados como um grupo.
Continuidade: Essa lei afirma que elementos visuais que seguem uma linha ou curva são percebidos como pertencentes a um mesmo grupo.
Fechamento: A mente tende a completar formas incompletas.
Destino comum: Esse princípio diz que elementos visuais que se movem na mesma direção, são percebidos como pertencentes a um mesmo grupo.
Região comum: Esse princípio afirma que elementos visuais que estão localizados dentro da mesma região fechada são percebidos como pertencentes a um mesmo grupo.
Figura fundo: De acordo com essa lei, percebemos uma figura (que pode ser uma forma, objeto ou padrão) em relação a um fundo. A distinção entre figura e fundo é crucial para a percepção visual, e nossa mente tende a organizar a informação visual destacando a figura em relação ao fundo.
Simetria: O princípio da simetria dita que nosso cérebro enxerga beleza em tudo aquilo que é simétrico. Muitas vezes, a simetria é associada à beleza e harmonia visual, uma vez que nosso cérebro tende a preferir e achar mais atraentes formas simétricas e balanceadas.
O uso dos princípios de percepção visual da Gestalt pode melhorar a experiência do usuário. Ao compreender um pouco de como o cérebro humano funciona e como as pessoas naturalmente percebem o mundo visualmente, os designers podem criar interfaces mais intuitivas e envolventes.