Psicologia Cognitiva e UX
A Psicologia Cognitiva, parte vital do UX Design, explora a mente humana em aspectos como memória, atenção e raciocínio. Essa ciência se torna crucial para designers, influenciando desde como capturamos a atenção do usuário até interpretar suas ações.
Quando aplicados ao UX Design, especialmente se combinados à neurociência, os estudos cognitivos possibilitam que os designers consigam, por exemplo, desde atrair a atenção de usuários para que estes executem tarefas-chave, até obter respostas e interpretar ações específicas.
Dessa forma, o entendimento dos principais conceitos da Psicologia Cognitiva, assim como dos principais aspectos do comportamento humano, é considerado parte crucial do trabalho de um UX Designer.
Embarque conosco nesta jornada profunda, conectando a mente humana ao brilhante design do UX. Estamos prestes a desvendar os segredos dessa fascinante interseção!
Design Centrado no Ser Humano
Na década de 1950, surge a Human-centered design (HCD), conhecida como Design Centrado no Ser Humano. Essa abordagem, vital no design e no desenvolvimento de sistemas interativos, resolve problemas sob a ótica humana, permeando todas as fases do processo.
Concomitantemente, a Revolução Cognitiva desponta, fundando a Ciência/Psicologia Cognitiva. Unindo-se à cognição humana, especialmente a memória de curto prazo, com conceitos de inteligência artificial, cientistas cognitivos exploram o potencial dos computadores como ferramentas para ampliar as capacidades mentais humanas.
Nesse cenário, o designer industrial Henry Dreyfuss contribui com "Designing for People", um clássico transformado em livro que prioriza as necessidades do usuário. Dreyfuss delineia métodos ainda empregados por designers de UX, consolidando a importância de colocar as pessoas em primeiro lugar.
O Design Centrado no Ser Humano transcende o digital e o físico, capacitando designers a criar experiências online excepcionais. Mais que uma abordagem, é uma filosofia base que germina outra perspectiva crucial: o Design Centrado no Usuário. Esta evolução perpetua a missão de entender e atender às necessidades do usuário de forma abrangente.
Don Norman e o Design Centrado no Usuário
Nos meados dos anos 90, o cientista cognitivo e engenheiro de usabilidade, Donald Norman, forjou o termo "design centrado no usuário" (User-Centered Design) durante seu período na Apple. Embora tenha sido mencionado pela primeira vez nos anos 80, no livro "User-Centered System Design: New Perspectives on Human-Computer Interaction", foi em sua obra icônica de 1988, "The Design of Everyday Things", que esse conceito se firmou como uma referência crucial no campo do UX.
Norman, muitas vezes considerado o padrinho do UX, sentiu a necessidade de criar o termo devido à sua percepção de que a interface humana e a usabilidade eram demasiadamente restritas. Seu objetivo era abranger todos os aspectos da experiência do usuário com um sistema, incluindo design industrial, gráficos, interface, interação física e manual. Dessa forma, Norman desempenhou um papel fundamental na ampliação da visão e na compreensão abrangente do que envolve uma experiência de usuário eficaz.
O design do dia a dia
Donald Norman revolucionou a forma como percebemos a interação entre objetos e usuários, destacando a importância da comunicação tátil e cognitiva para aprimorar a experiência de uso.
Para Norman, a essência de um objeto cotidiano não reside apenas em sua estética, mas em sua eficácia em servir ao usuário (onde a forma segue a função). Isso implica abandonar o mero apelo visual e concentrar-se em dois elementos fundamentais para um bom design: descoberta e compreensão.
A abordagem do Design Centrado no Usuário preconiza, acima de tudo, a capacidade de descobrir a razão de existência de um objeto e compreender suas capacidades.
A seguir, os princípios fundamentais de interação com objetos, conforme descritos por Norman:
Esses princípios fundamentais, propostos por Norman, destacam a importância de projetar não apenas para a estética, mas para a compreensão e interação intuitiva do usuário com o ambiente ao seu redor.
Cognitive Load
O termo Cognitive Load foi inicialmente concebido por psicólogos para descrever o esforço mental necessário ao aprender novas informações. Quando aplicado à experiência do usuário, o Cognitive Load refere-se à quantidade de recursos mentais exigidos para operar um sistema por meio da interface.
Embora a navegação na web seja uma atividade mais casual em comparação com a aprendizagem formal, ela ainda demanda esforço cognitivo. Usuários precisam aprender a utilizar recursos de navegação, entender layouts e interagir com formulários transacionais em um site.
Assim como os computadores, os cérebros humanos têm uma capacidade limitada de processamento. Quando a quantidade de informações ultrapassa nossa capacidade, ocorre uma sobrecarga cognitiva, prejudicando nosso desempenho mental.
Ao contrário dos computadores, não podemos simplesmente trocar nossos cérebros por versões mais potentes. Portanto, cabe aos designers de UX eliminar ou minimizar qualquer esforço cognitivo que comprometa o processamento ou consuma excessivamente os recursos mentais dos usuários.
Sendo assim, simplificar a complexidade mental é uma missão crucial dos designers de UX, garantindo que a interação com interfaces seja intuitiva, eficiente e não sobrecarregue desnecessariamente os usuários.
Conclusão
A Psicologia Cognitiva é essencial para compreender a experiência do usuário. Na próxima aula você aprenderá mais sobre brainstorming e como encontrar ideias geniais!
Próxima aula