O Que É e Como Surgiu o UX Writing?
O termo UX refere-se a “User Experience” que, em português, significa “Experiência do Usuário”. Por sua vez, o termo Writing vem do ver “write”, ou “escrever”, traduzindo para o português.
Ou seja, de maneira geral, a área de UX Writing é aquela que se preocupa em escrever de maneira a melhorar a experiência do usuário que acessa um site, uma página de vendas ou um aplicativo, por exemplo.
Em tempos de alta conectividade, prezar pela experiência do usuário é algo cada vez mais buscado pelas empresas, já que isso é fator fundamental da jornada de compra. É aí que entra a importância do UX Writing para uma empresa.
O que é UX Writing?
O conceito de UX Writing, portanto, nada mais é do que a escrita otimizada para a experiência do usuário. É usar as palavras e as frases certas para tornar a jornada do cliente/leitor mais natural e facilitada, de maneira estratégica. Fazendo isso, é possível facilitar uma compra, levar o cliente mais longe na jornada e até melhorar a imagem que um cliente tem de uma marca.
Os textos escritos com o foco em UX Writing geralmente são textos mais curtos, presente em botões, avisos, informações breves e outros. Um exemplo: quando você vai fazer uma reserva em um hotel, a frase pode ser “reserve um quarto” ou “veja disponibilidade de quartos”.
Ambos levarão à mesma página (geralmente, a de confirmação da reserva), mas suas escritas são diferentes e, por sua vez, podem trazer diferentes resultados no número de cliques. Dessa maneira, um dos papéis do profissional de UX é encontrar a “frase certa” que terá o resultado mais positivo dentro da estratégia.
Vale dizer que, apesar do UX Writing e a experiência do cliente fazerem parte da estratégia de conversão, o foco desses textos não está, necessariamente, ligado a isso, podendo contribuir com outros tópicos, como o branding e construção de marca da empresa.
Como a área surgiu?
O surgimento do UX Writing está principalmente vinculado ao aumento da preocupação sobre a experiência do usuário. Mas antes mesmo de UX ser o grande foco, outras técnicas e modelos já tinham como objetivo tornar a vida do usuário mais fácil e confortável no mundo digital a partir das palavras.
Alguns dos conceitos que surgiram antes do UX Writing, por exemplo, são Human-Computer Interaction (HCI) e Arquitetura da Informação.
Human-Computer Interaction (HCI)
O ramo da Interação Humano-Computador surgiu junto com os primórdios da computação pessoal, por volta de 1980. E a partir desses conceitos que os desenvolvedores de sistemas conseguiam criar um caminho de interação entre o usuário e a máquina.
Uma das maneiras de fazer isso é “dando uma ordem”, ou seja, pedindo para que o usuário faça algo (escreva, responda, aperte um botão, etc.), para obter alguma resposta.
Dessa forma, as palavras já estavam presentes desde o início da computação como conhecemos atualmente. Hoje, a HCI já envolve outras áreas, como o design, ergonomia, desenvolvimento e o próprio UX.
Arquitetura da Informação
A ideia de Arquitetura da Informação surgiu antes mesmo da ideia de UX ganhar destaque e, hoje, é utilizada até mesmo em outras áreas (como da programação e gestão) para facilitar o dia a dia do trabalho.
De maneira geral, a Arquitetura de Informação tem o objetivo de organizar itens a fim de que o ambiente se torne claro para o usuário. Em outras palavras, escolher o que de fato é essencial ser mostrado e em que momento isso deve ser colocado para que o usuário encontre o que deseja e entenda o contexto.
Quais são as principais características do UX Writing?
O UX Writing tem como objetivo melhorar a experiência do usuário, mas como consegue fazer isso? De maneira geral, UX Writing é construído com textos mais curtos, mas cheios de informação e qualidade. Por isso, algumas características norteiam a produção desses conteúdos:
- Clareza: preza pelo pleno entendimento, não deixa dúvidas para o usuário;
- Concisão: sem frases vagas e palavras que não agreguem à compreensão. A ideia é passar a informação de maneira curta e direta, mas sem perder o sentido;
- Consistência: mantém um mesmo estilo de linguagem, tom e voz (conceitos que serão vistos mais adiante) para todo o site ou aplicativo, construindo uma imagem de marca.
Mas, atenção: de acordo com Yael Ben-David, uma das profissionais referência dessa área, em seu blog pessoal, escrever pouco não é o principal ponto do UX Writing e pode ser até negativo em alguns momentos. O ideal é pensar em como construir a compreensão do usuário com as informações bem escolhidas e de maneira concisa.
“[As palavras], em primeiro lugar, devem atender às necessidades dos usuários, e minimizar a quantidade de palavras em uma página não é, em si, a necessidade real do UX Writing. Ninguém acorda de manhã pensando: ‘Eu sei qual será meu objetivo hoje! Vou ler o mínimo de palavras possível!’ Não. Não é isso que acontece. As pessoas querem fazer coisas e não querem perder mais tempo lendo mais palavras do que o necessário para fazer essas coisas. Mas eles também não querem perder tempo adivinhando todas as coisas que as palavras colocadas não cobrem ou informam” — Yael Ben-David.
Como o UX Writing se relaciona com a Experiência do Usuário?
Mas como “textos curtos e objetivos” podem ajudar na Experiência do Usuário? As palavras são tão poderosas assim? Sim.
A partir de uma palavra bem usada em um botão ou uma frase que auxilia na compreensão, o usuário consegue construir, mesmo que inconscientemente, uma percepção melhor da marca.
Ela é confiável? Esse produto ou serviço é para mim? Essa empresa é mais séria ou mais divertida? Essas são algumas das questões que UX Writing ajuda o cliente a responder.
Outro ponto é a obtenção de resposta pelo cérebro. Assim, o usuário não precisa, de fato, pensar em qual é o botão certo a clicar ou ficar em dúvida sobre qual será o próximo passo. Com um texto bem escrito, o cérebro entende praticamente de maneira automática o que fazer e o que esperar para os próximos passos.
Todos esses detalhes tornam a experiência do usuário mais fluida e simplificada, que passa a entender o processo como positivo, criando uma percepção também positiva da empresa ou marca, por exemplo.
Para dar um exemplo além dos “botões”: quando um site está fora do ar, a mensagem que aparece para o usuário pode ter inúmeras variações, desde as mais padrões (“Site Fora do Ar”) até as mais “personalizadas”. Veja um exemplo, do e-commerce Enjoei:
Em poucas palavras, a empresa passou o recado de que algo está errado com o site (e não com a internet do usuário), mas de um jeito diferente e divertido, tornando a experiência mais positiva de uma maneira geral.
Nesse caso, esse pequeno texto não tem o intuito de converter (vender ou conseguir cliques), mas, sim, construir a imagem de uma marca “descolada” e próxima do cliente.
Por isso, UW Writing também está muito relacionado com a área de Marketing e também atende as necessidades desse setor.
Conclusão
Desejamos muito sucesso em seus estudos e conte com a Menina de UX para auxiliá-la em sua trajetória profissional!