Recrutamento de Usuários
Recrutamento de usuários é o ato de selecionar pessoas para que participem de entrevistas, pesquisas e validações (testes de MVPs ou protótipos) relacionadas a um produto.
Um bom recrutamento de usuários depende de dois antecedentes:
- um bom planejamento do experimento;
- conhecimento sobre o público alvo, segmento e/ou personas do produto.
É necessário fazer as perguntas certas às pessoas certas. Do contrário, entrevistas, pesquisas e testes podem ser desperdício de recursos.
Em um primeiro momento, pode parecer que ninguém irá concordar em participar do teste de um produto que, talvez, mal conheça.
No entanto, há técnicas e táticas para conseguir pessoas dispostas a participar e que realmente contribuam com avaliações críticas do produto.
Essas técnicas e táticas podem envolver desde iniciativas criativas, que o próprio time de produto pode conduzir, até a contratação de empresas ou serviços especializados em recrutamento, que podem ser caros e complexos.
Qual tipo de abordagem adotar dependerá dos objetivos da pesquisa ou teste, de sua abrangência e importância para o produto e o negócio.
Para a grande maioria dos casos, até como uma forma de experimentar de forma ágil, contínua e barata, o recrutamento de 5 a 8 pessoas (para entrevistas/pesquisas ou testes qualitativos) é considerado suficiente, desde que haja uma boa seleção dessas pessoas.
A seguir, vamos aprofundar como conduzir e gerenciar esses aspectos.
Como recrutar?
Objetivos
O primeiro requisito para um bom recrutamento de usuários é, como dito no início, definir os objetivos da pesquisa e o público alvo ou persona.
Os objetivos da pesquisa passam, necessariamente, por um bom planejamento. É nessa fase que será definido o que se quer saber ou testar, como será feito, quando, entre outros critérios.
Já a definição do público alvo ou persona passa pela elaboração desses perfis de usuários. Normalmente, produtos existentes já têm usuários estabelecidos, com características em comum, o que facilita essa definição.
Formas de recrutamento
Como conseguir pessoas dispostas a participar dos experimentos? Os tópicos a seguir dão uma ideia.
Usuários existentes
A primeira alternativa, por ser mais fácil, rápida e barata, é recorrer a pessoas que já são usuárias do produto.
Isso serve, é claro, para produtos já existentes. Produtos novos podem não ter bases de usuários significativas, o que dificulta tal opção.
Produtos que já possuem usuários têm dados de contatos destes, como e-mail e telefone. Isso já basta.
Talvez um disparo de e-mail a eles já permita saber quantos candidatos estariam dispostos a participar de um experimento e obter uma quantidade relevante deles.
A partir dessa quantidade, pode-se, então, filtrar aqueles que melhor se adequam ao experimento.
Redes sociais e anúncios
Outra forma rápida e barata de recrutar usuários é chamando-os por meio de posts ou anúncios em redes sociais.
Junto com o marketing, por exemplo, User Research, UX Design ou o time de produto podem programar uma divulgação da pesquisa, convidando os interessados a participarem.
Os possíveis “contras” da abordagem, porém, são:
- não atrair uma quantidade suficiente de interessados;
- atrair usuários muito diversificados, que não correspondam ao público/persona do produto ou ao que se quer testar no experimento.
De qualquer maneira, é um jeito informal, rápido e prático de chamar pessoas, que pode ser aliado a outras táticas.
Teste de “guerrilha”
Teste de “guerrilha” consiste em sair à rua — ou mesmo em comunidades online, redes sociais, quem sabe até dentro da própria organização — e abordar pessoas aleatoriamente.
É uma abordagem útil para produtos ou funcionalidades novos, que envolvem grande incerteza.
Quando não se tem uma base de usuários e se quer testar a ideia de forma extremamente rápida e barata, o teste de guerrilha pode fornecer insights, “primeiras impressões” e “surpresas” interessantes.
Um fator negativo é que dificilmente se terá uma boa representatividade do público alvo/persona do produto.
Pode ocorrer, inclusive, das pessoas abordadas trazer insights interessantes, mas que são restritas ao grupo abordado e não ao grupo maior que compõem o público do produto.
Serviço de recrutamento online
Há serviços online, como Craiglist, Usertesting.com ou mesmo agências que atuam como plataforma de intermediação de “testadores” de produtos.
Pode ser um meio rápido de encontrar pessoas com perfil mais adequado para determinados experimentos.
Isso porque tais ferramentas permitem selecionar pessoas por característica como preferências pessoais, faixa etária, demografia etc.
Os possíveis pontos contrários são:
- há custos (em geral, mais baixo que outras modalidades) para conseguir candidatos;
- os usuários fornecidos pela plataforma podem ser “profissionais”, que participam de muitos testes com o intuito de fazer renda extra, o que pode não representar um público natural e espontâneo do produto.
Empresas de recrutamento
Mais tradicionais, essas empresas costumam constituir a abordagem mais robusta de recrutamento de usuários, porém mais demorada, burocrática e cara do que as demais opções.
O benefício é que tais empresas podem fornecer usuários muito alinhados com a proposta do produto, a partir de bases de dados de clientes dispostos a participar de pesquisas.
Elas também podem segmentá-los por regiões, preferências, entre outras características.
Podem ser úteis quando a novidade a ser lançada é muito crítica ou tem um grande orçamento disponível.
Bancos de dados de usuários
Bancos de dados são bases de usuários que agências, outras empresas ou consultores mantém e que podem ser úteis para disparo de e-mails convidando interessados a participarem de pesquisas.
Como tais bases de dados já podem ser bastante ricas e segmentadas, podem fornecer acesso a públicos bem delimitados.
Os eventuais “contras” são:
- não há garantia de que os contatos cadastrado no banco de dados se interessem em participar da pesquisa;
- o banco de dados pode ter sido montado para outras finalidades e não como base de recrumentamento para experimentos, o que pode envolver questões problemáticas de privacidade, por exemplo.
Screener
Screener é um método para filtrar, dentre os usuários que concordam em participar da pesquisa, aqueles que mais correspondem aos objetivos do experimento e ao público alvo/persona do produto.
Normalmente, consiste em um formulário destinado a capturar informações de possíveis participantes da pesquisa e dizer quais deles são mais adequados para a realização do experimento.
Organizações que fazem muitos experimentos podem dedicar uma pessoa a fazer essa filtragem de forma rotineira, a fim de manter um banco de dados de participantes alimentado e atualizado.
Isso facilita contatar pessoas condizentes com cada tipo de experimento quando necessário, sem ter de refazer todo esse trabalho do zero a cada nova abordagem.
Seleção
Uma recomendação, ao analisar os contatos obtidos no screener, é optar por recortar ainda mais o número de cadastros obtidos e selecionar apenas usuários que representam “extremos” do produto.
Por exemplo, para um aplicativo de delivery de comida, poderia ser uma pessoa que faz todas ou a maioria de suas refeições por meio do produto e outra que, por exemplo, só usa o serviço para pedir uma comida especial sábado à noite.
Um recorte de 5 a 8 pessoas bem diversificadas, que condigam com a persona do produto, é considerado suficiente para pesquisas e testes qualitativos eficientes.
É claro que se esse número não responder todas as dúvidas que o time tem, talvez seja o caso de contatar mais pessoas ou mesmo revisar o planejamento da pesquisa, para saber se os objetivos estão alinhados com as pessoas contatadas.
Comunicação, transparência e cuidados
Outro ponto fundamental para um bom recrutamento de usuários, independentemente da tática usada para convidá-los, é a comunicação a respeito durante o experimento.
Diante de tantas ofertas, anúncios, descontos e mesmo práticas questionáveis ou condenáveis (como “golpes”), as pessoas, em geral, podem ficar receosas e desconfiadas de participar de algo que não entendem com clareza.
Também, em muitos casos, não terão motivação por participar se não compreenderem o propósito daquilo e se não receberem algum brinde ou remuneração em troca.
Por isso, é necessário explicar como será o experimento, quando e onde acontecerá, qual seu objetivo, o que a pessoa receberá em troca, entre outras informações relevantes.
Uma troca de e-mails ou mesmo ligação, de forma personalizada e transparente, pode deixar possíveis candidatos mais tranquilos e engajá-los.
Também é importante levar em conta questões relacionadas à privacidade do usuário nessa comunicação.
O correto é pedir consentimento para uso de seus dados e utilizá-lo apenas no âmbito do experimento, não para fornecer promoções ou incluí-lo em bases de leads (clientes em potencial).
Dependendo da situação, adotar um meio rápido e barato, como recrutamento de usuários do próprio produto ou em redes sociais, porém com uma comunicação transparente e assertiva, pode ser o suficiente para experimentar rápido e adicionar pequenas inovações ao produto de forma consistente e contínua.
Conclusão
Análise Exploratória de Dados e Estatística Descritiva são dois assuntos que andam juntos e que permitem até alguma “diversão” no trabalho com dados, à medida que nos permitem enxergar dados de uma perspectiva mais espacial e intuitiva.
Por meio dessas técnicas, é possível descrever o “formato”, a distribuição, a dispersão, os limites e várias outras características de conjuntos de dados.
Elas também permitem uma ampla tomada de conhecimento sobre como os dados se comportam e como estão organizados, o que é fundamental para, posteriormente, fazermos Inferências Estatísticas.
Sugerimos que você explore mais a respeito desta área, procure exemplos e pratique tentando encontrar as medidas descritas e gerando visualizações com os gráficos apresentados acima para diferentes conjuntos de dados.